Literatura e música estão indubitavelmente interligadas e, em uníssono, transformaram a abertura da Festa do Livro, num hino à cultura.
Em dia de abertura, o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, enalteceu a presença da comunidade na Festa do Livro que se tem vindo a consolidar na cultura local. Uma iniciativa que tem o cunho de Afonso Valente Batista, o patrono desta festa do livro a quem o autarca teceu largos elogios. “O Afonso Valente Batista é o patrono desta festa, que não é apenas uma festa do livro mas uma festa das artes, uma festa que eleva a cultura, que enaltece o território, que transporta a comunidade para uma vivencia plena do livro e das artes que se associam. O Afonso, apesar de ausente, por motivos pessoais, está complemente imbuído nesta iniciativa, em diálogo constante e profundo com a literatura e a arte”. Uma iniciativa que abriu com a Academia de música de Basto a presentear a comunidade com um concerto, num tributo a Camões, com temas revisitados, e poesia musicada, no âmbito do seu V centenário de nascimento celebrado em 2024.
Destaca José Peixoto Lima que “esta é a festa das artes, festa do livro, festa da cultura, a aposta na cultura é sempre uma aposta ganha, uma terra sem cultura, é uma terra sem alma, e Celorico de Basto tem uma alma colossal e motivos evidentes para se projetar nesta área”. Disse o autarca que Celorico de Basto tem uma história cultural ímpar, “a Terra de Basto é anterior à nacionalidade, o Castelo de Arnoia é um simbolo deste território, quando ainda não haviam concelhos demarcados. Temos que olhar para esse tempo, pegar nas memórias projetadas no nosso património e saber valoriza-los e projeta-las para os tempos de hoje, com respeito, coerência e orgulho daquilo que melhor nos identifica”. O autarca deu conta dos muitos espaços reabilitados, entre infraestruturas, e locais de interesse público e turístico. E neste aspeto, em dia de celebrar a arte e a cultura, deu particular enfoque ao apoio que o município tem vindo a substanciar no âmbito do património imaterial, “e nesse sentido destaco o trabalho desenvolvido pela Academia de Música de Basto, a Coopertares, no fortalecimento da cultura local, com a música a ser apresentada e ensinada com mestria e talento, e outras entidades e associações que transformam a cultura em “alimento” e crescimento integral de uma comunidade”.
A iniciativa que conta com centenas de livros de várias editoras como a Penguim Livros, a Leya e a Bertrand Editora, é uma festa que tem muito mais que livros e que nesta edição pretende fazer “um encadeamento perfeito entre a música e literatura, onde a poética sobressai em cada obra criada”.
Nesta abertura da festa do livro, o Patrono desta iniciativa, apesar de ausente, enviou uma missiva que foi lida pela Fátima Cunha, responsável pela Biblioteca Municipal Marcelo Rebelo de Sousa. Disse Afonso Valente Batista que “a festa do livro, que agrega outras formas de manifestação cultural e artística, assenta no modelo de permanente enriquecimento do seu conteúdo, por forma a agradar a públicos mais vastos, continuando a ser um fator de excelência e de diferenciação da política cultural do concelho”. Acrescentou, num discurso sentido que “somos daqueles que consideram que o livro e o autor que o escreveu, são dos mais importantes patrimónios que o ser humano foi deixando como importante legado, no rasto que marcou a sua passagem”. Afonso Valente Batista acrescentou que, na Festa do Livro, edição 2025, “damos a prevalência à música, essa fascinante forma de expressão, da criatividade do homem… De destacar o Prémio Literário de Poesia de Celorico de Basto, o segundo ano do referido prémio, uma iniciativa de sucesso, pela quantidade e qualidade de obras que nos foram enviadas, originários de muitos locais do país. O que demonstra que as realizações culturais são também, uma forma importante de Celorico de Basto e a sua ligação à promoção das artes e da cultura”.
A festa do livro decorre até ao próximo sábado, 5 de abril. Hoje foi dia do encontro intergeracional “estórias com alma “ que juntou os idosos do programa Celorico a Mexer com os crianças do centro escolar de Celorico de Basto. A tarde, foi dedicada à escrita para a música num “à conversa com…”que colocou vários cantores e compositores a falar de música e da escrita para a música, entre os quais Bezegol, Zé Faria, Cláudia Martins, Nuno Melo, e Márcio Edu.Mundo. Carla Lopes e Cristiana Lopes.
