Em 2026 a ponte de arame completa 100 anos de uma existência marcante, que perdeu fulgor e entrou em declínio após anúncio da construção da barragem de Fridão, que não veio a concretizar-se.
Agora, acabada de inaugurar, e com uma nova missão, mais simbólica e lúdica, desperta os antigos para as memórias vividas e promete experiências extraordinárias, com a paisagem e a sua localização estratégica, a transformar um local quase esquecido, num ícone turístico de visita obrigatória.
Os envolvidos na missão de reabilitar esta ponte centenária mostram-se privilegiados por terem a honra de voltar a reerguer a grandeza desta marco histórico e património, e permitir a mobilidade e intercâmbio entre as comunidades de Lourido e Rebordelo.
Reerguer esta ponte é enaltecer uma história que teimava em querer perder-se no tempo, José Peixoto Lima, presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto assegura que “era preciso reavivar a memória e restabelecer uma história contada com saudade e que ajudou a construir este território e a fomentar a sua coesão. Foi por isso que avançamos para a reabilitação deste ícone patrimonial… Hoje queremos que se transforme num ícone turístico, numa referência nacional, pela beleza das paisagens, pelas suas características únicas, pela ruralidade que a cerca” acrescenta José Peixoto Lima. Com uma posição privilegiada, Celorico de Basto olha para esta reabilitação com especial atenção, sem descurar qualquer pormenor “não descuramos os pormenores que transformam o cenário, já de si distinto, em algo absolutamente idílico, com miradouros e outros pontos para observar a ponte e a paisagem envolvente”. Dar vida a esta ponte é, para o autarca, “restabelecer os laços que unem estes dois territórios, aproximar a vivência quotidiana, num fortalecer da coesão e de acrescento de valor continuo a esta região tão distinta e única”.
A reabilitação e reforço da ponte de arame envolveu um investimento superior a 324 mil euros acrescidos do investimento efetuado na beneficiação dos acessos, com a segurança e limpeza do espaço e criação de áreas de privilegiadas para contemplar da paisagem.
Jorge Ricardo, Presidente da Câmara Municipal de Amarante diz que “a ponte de arame sempre foi mais que um ponto de ligação entre Lourido e Rebordelo, durante quase 1 seculo esta ponte serviu como elo vital para as populações locais, permitindo o acesso ao trabalho, ao comércio e à partilha entre as duas margens do Tâmega. A sua existência está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento económico e social da Região”. O autarca disse que “com o passar dos anos a estrutura original foi perdendo funcionalidade e em determinado momento, o sonho de a recuperar parecia distante. Com projeto, promovido pela AMDT, em parceria com as Câmaras Municipais, e pelo financiamento originado pelo Norte 2020, conseguimos devolver a ponte às pessoas, respeitando a sua história, a sua identidade, e a valorização do nosso território. A nova ponte de arame é uma obra exemplar que alia a modernidade e a segurança, sem apagar as memórias que a tornaram, ao longo dos anos, tão especial”.
Esta obra é um dos símbolos de ligação existente entre estes dois concelhos, “uma referência para o turismo do Tâmega e Sousa e uma oportunidade para o desenvolvimento das comunidades de Lourido e Rebordelo” acrescenta José Peixoto Lima.
A inauguração deste marco patrimonial e turístico contou com a presença de várias individualidades entre as quais o Vogal Executivo do programa Norte 2020, Humberto Cerqueira, que reiterou a importância da reabilitação deste marco patrimonial, “um projeto que pretende criar um ponto de interesse turístico, sobretudo ligado ao turismo de natureza, e potenciar a ligação entre a ecopista do Tâmega, obra também financiada por fundos comunitários, e a freguesia de Rebordelo. Esta obra, mostra-se como um excelente exemplo da aplicação dos fundos comunitários”.