“À Solta na Internet” de Vit Klusak apresentado em Celorico de Basto

Documentário produzido na República Checa foi apresentado com o intuito de chamar a atenção para o número de crianças vítimas de abuso online.

No dia 01 de abril, o Cineteatro dos Bombeiros Voluntários Celoricenses baixou a tela para apresentar o documentário “À Solta na Internet”, uma iniciativa promovida pelo CLDS 4G Celorico+Social em parceria com o Município de Celorico de Basto.

Um documentário direcionado a pais e encarregados de educação que esmiuça a questão da exploração infantil online com uma visão absolutamente arrepiante de uma realidade que muitos desconhecem e que se mostra “acessível com um clique”.

No término da apresentação do documentário, o agente Jorge Mendes, da Guarda Nacional Republicana, sensibilizou os presentes para os cuidados a ter na prevenção e utilização das redes sociais dos filhos, retratando casos concretos do Cibercrime e observando que “as redes sociais não são um problema mas a forma como são usadas é que poderá ser problemática, daí ser fundamental uma atenção redobrada da família e o devido aconselhamento”.  O agente observou também que “nas redes sociais os crimes envolvendo adolescentes são cada vez mais e surgem muitas vezes de uma relação de confiança, crimes de ameaça, coação, injúria, difamação e outros. De facto, “os jovens são mais suscetíveis e fáceis de enganar, e os predadores sexuais facilmente criam perfis falsos e entram em contacto com os mesmos, por isso, urge uma atenção redobrada na forma de utilização destas plataformas digitais”.

A apresentação deste documentário assenta num dos eixos de intervenção do CLDS 4G Celorico+Social, que visa a intervenção familiar e parental. A coordenadora do projeto, Elisabete Coelho, observa a pertinência da temática numa altura em que tudo é feito em contexto digital. “As crianças têm acesso às redes sociais muito cedo, fruto da digitalização massiva, o que por si só não é perigoso, mas que pode trazer consequências muito nefastas e gravosas se não houver um correto acompanhamento em casa”. E, conscientes desta realidade, “colocamos em ação o nosso papel enquanto contrato Local de Desenvolvimento Social, fortemente marcado pela intervenção de proximidade, e despertamos a comunidade para uma realidade ainda fortemente negligenciada”.

No mesmo sentido, a Presidente da CPCJ e Coordenadora dos Serviços Sociais e Saúde do Município, Helena Martinho, presente na apresentação do documentário, mostrou-se preocupada e observou a pertinência desta apresentação. “Efetivamente, este documentário mostra-nos uma realidade na República Checa que é transversal a todo o mundo e que muitas famílias nem sequer prestam atenção. É um problema grave, que pode alterar irremediavelmente a vida destes jovens podendo causar transtornos para a vida. A taxa de suicídio entre jovens aumenta quando estes se sentem invadidos na sua individualidade, seja fisicamente seja online e é preciso uma atenção redobrada aos nosso jovens e a tudo aquilo que acedem online, o perigo ronda a cada clique e se não houver um acompanhamento continuo, pode levar a consequências muito nefastas”.

O documentário surgiu em consequência da elaboração de um vídeo realizado pelo realizador Vít Klusák com o propósito de chamar a atenção para o enorme crescimento do número de crianças vítimas de abuso online na República Checa. O mesmo tornou-se viral e acabou por, verificada a pertinência, transformar-se num documentário.

Genericamente, o documentário incide em três atrizes, maiores de 18 anos mas com ar bem juvenil, a fazerem-se passar por meninas de 12 anos em falsos perfis nas redes sociais. Em quartos de criança recriados num estúdio, elas conversam através de chats e de Skype com homens de diferentes idades que as procuraram e contactaram online. A maioria destes homens pede-lhes vídeos sexuais e enviam-lhes fotos suas bem explícitas. Alguns tentam chantageá-las. Este documentário mostra o drama destas atrizes à medida que as suas personagens vão passando das relações online até ao real encontro com os predadores (vigiado por seguranças e câmaras escondidas). Às tantas, as táticas predatórias viram-se contra os predadores e os caçadores tornam-se as presas.

Recorde-se que, durante a dia, decorreram duas sessões de apresentação deste documentário, num formato mais ligeiro e sem as imagens explícitas, direcionado aos alunos do 7º, 8º e 9º do Agrupamento de Escolas, entidade parceira na organização desta iniciativa.   

Conteúdo atualizado em 19 de Maio de 2022 às 11:23

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